A estudante de direito é a filha mais velha de uma família de classe média alta de Bauru. A jovem de 18 anos fez a denúncia à polícia depois de saber que a prima e a tia também sofreram constrangimentos. Para a polícia, o caso é de atentado violento ao pudor. Em entrevista ao Jornal Hoje ela conta que foi abusada pelo pai dos oito aos 16 anos. “Quem faz esse tipo de coisa não é pai é um monstro, eu tenho nojo dele, eu tenho nojo. Eu sei muito bem dos meus direitos, eu sei que o que ele fez é errado, eu como pessoa não tenho como levar isso, esse trauma na minha vida, eu não vou ser uma pessoa feliz”. A jovem conta que pediu ajuda para a mãe, mas não foi atendida. “Com uns 11 anos, eu contei pra minha mãe, eu contei isso tudo que acontecia, minha mãe simplesmente falou que ia conversar com ele para dar uma chance”. “Eu não quero ser igual a minha mãe e fingir que nada aconteceu, eu quero tomar uma atitude, ser honesta comigo mesma, eu quero mostrar pra todos quem ele é”. O suspeito, Sandro Luiz Fernandes, já foi integrante da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil. Hoje é diretor jurídico dos sindicatos dos bancários e dos servidores públicos municipais na região de Bauru. Uma sobrinha, hoje com 13 anos, e uma cunhada, com 18 anos, também acusam o advogado de abusos durante a infância. Quando as vítimas ficaram sabendo que tinham sofrido os mesmos abusos, decidiram procurar a Delegacia da Mulher. As três prestaram depoimento e o boletim de ocorrência foi registrado como atentado violento ao pudor. "Não houve conjunção carnal, houve outros atos de libidinagem", Priscilla Bianchini Alferes, delegada. O advogado de Sandro disse que o cliente ficou sabendo das acusações durante uma viagem ao exterior, vai se apresentar e prestar todos os esclarecimentos. “Nós estivemos tomando o formal conhecimento das acusações, até então tínhamos sido surpreendidos pela mídia tanto quanto o doutor Sandro e estamos passando para ele quais são as reais acusações e com base nisso, ele tem interesse, já se predispôs a autoridade policial, a estar comparecendo espontaneamente e estar a disposição da justiça para prestar a versão deles dos fatos e esclarecer o hipotético mal entendido”, declara Hélio Marcos Pereira Júnior, advogado. Nesta manhã, a delegada que investiga o caso, decidiu ouvir o depoimento do filho mais novo do advogado. Um menino de nove anos que também teria sofrido abusos do pai. Diante de mais essa suspeita, a polícia poderá pedir novamente a prisão temporária do advogado. A Justiça determinou que o advogado Sandro Luiz Fernandes fique no mínimo a cem metros de distância da filha. Por decisão da Justiça, ele não pode voltar pra casa em que mora com a família nem ter contato com as vítimas e testemunhas dos supostos crimes. A OAB e o sindicato dos servidores municipais vão aguardar a conclusão das investigações. O sindicato dos bancários da região de Bauru não se posicionou sobre o caso.
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