26 de set. de 2011

INTEGRANTES DO PCC NO RN PAGAM MENSALIDADE DE ATÉ R$ 500

A presença do crime organizado dentro de presídios do Rio Grande do Norte é constatada não só por agentes penitenciários ou policiais. Um estudo de dez anos dentro do sistema prisional desenvolvido por uma doutora em assistência social revela que nos últimos anos facções se formaram dentro das unidades, entre elas o Primeiro Comando da Capital. O nível organizacional é tão elevado que os presos chegam a pagar mensalidades de até R$ 500, em uma espécie de "sindicato", e também criam códigos secretos para se referirem a drogas ou telefones. Até mesmo tatuagens simbolizam características específicas de cada detento. O estudo faz parte de uma tese de doutorado da professora Hilderline Câmara de Oliveira. Ela trabalha dentro do sistema penitenciário há dez anos, tendo estagiado, inclusive, na antiga João Chaves. Hoje, a assistente social dispõe de um vasto material detalhado sobre a atuação do crime organizado, bem como o uso de linguagens próprias. Me dá um "café com leite", por exemplo, é uma expressão usada pelos presos para pedir maconha. Me passa o teu "Duas Duas Letras", por sua vez, corresponde a um chip da Oi, assim como o "Duas Três Letras" refere-se ao chip da Tim e o "Duas Cinco Letras" ao chip da Claro. De acordo com Hilderline Câmara, os grupos são bem articulados e capazes de promover ações de grande porte a qualquer momento. Alguns dos presos chegaram a relatar que fazem ligações internacionais de dentro do presídio. Para manter a estrutura funcionando bem, todos os apenados que integram facções como o PCC são obrigados a pagar uma espécie de "sindicato do crime". A mensalidade varia de acordo com o poder do criminoso ou se ele está no regime fechado, semiaberto ou aberto. Os que estão nas ruas pagam valores maiores, já que dispõem de tempo para conseguir recursos através de crimes.

Fonte: SentinelasdoApodi.

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