Nesta manhã, no Presídio Provisório da zona Norte, o clima era de tensão entre os familiares e os próprios agentes. Segundo relatos dos servidores que saíam do plantão na manhã de ontem, os presos não descartavam a possibilidade de um motim. "A madrugada do sábado foi tensa e os presos afirmaram que iriam "tocar terror", afirmou o agente que pediu sigilo de identidade. Assim como os agentes, os presos cobram melhorias no presídio como a remoção de parte dos apenados para outras unidades, manutenção das galerias de esgotos e instalações hidráulicas e troca da comida oferecida diariamente.
"A quentinha que chega para meu parente que está cumprindo pena, nem porco come. É imundo", afirmou Lucinete S. enquanto aguardava liberação para entrada no presídio. Os familiares dos apenados reclamavam da demora na abertura dos portões para a visita. Alguns afirmavam ter chegado ao local ainda na madrugada e por volta das 11 horas de ontem não tinham entrado na unidade. Eram famílias com crianças, comidas, cigarros, refrigerantes. O tumulto era tamanho e a quantidade de agente insuficiente, que alguns visitantes entraram sem ser revistados.
"O alerta foi dado desde à época em que a então senadora Rosalba Ciarlini montou seu governo de transição. Nós fizemos um relatório, apresentamos todas as necessidades ainda no ano passado. Tudo foi novamente dito ao secretário estadual de Justiça ao longo de nove meses", afirmou Vilma Batista. Os agentes reivindicam nomeação de pelo menos mais 15 profissionais para vagas remanescentes, aumento salarial, da Gratificação de Risco de Vida (GRV) e da Gratificação de Exercício de Atividade Penitenciária (Geap). De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a função de agente penitenciário é a segunda mais perigosa do mundo.
No Presídio Estadual de Alcaçuz, os presos que trabalham dentro da unidade prisional estão sem receber salários. Revoltados, iniciaram uma greve coletiva. Os problemas em relação à infra-estrutura são comuns aos dois presídios. Na Delegacia de Plantão Zona Sul, na Cidade da Esperança, 60 homens ocupavam a única cela e um corredor da Delegacia. "Nós vamos ensinar aos presos como se faz BO. É impossível trabalhar assim", disse um dos policiais civis.
10 de set. de 2011
CLIMA TENSO COM PARALISAÇÃO DE ATIVIDADES DOS AGENTES PENITENCIÁRIOS
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário